Caro
Luís Mourão,
Apesar de concordar com a sua arguta observação sobre as manifestações do tempo da outra senhora, há um equívoco: creio que me leu como se eu estivesse a renegar o seu ponto de vista. Ora, como escrevi no post de Quinta, o seu diálogo com o
Rui é diferente por ser interessante, logo…
Repare: eu não disse que a sua posição não era política, disse que não era boa política. É outra das tais discordâncias benignas: eu entendo que as diferentes possibilidades de leituras dos textos, sendo reais em todos os textos, politicamente são questões menores face aos usos sociais que essas leituras conhecem, isto é, face a uma ou outra tornar-se dominante enquanto todas as outras são ignoradas. A questão é «para que coisas dão» os textos, creio que podemos concordar nisto. O discurso do Papa, em que uma leitura simplesmente completa desmonta a polémica, é um bom exemplo, pois essa leitura, em sociedades sem instrumentos de mediação modernos amplamente difundidos (não basta haver aliados nossos se a rua deles os ignora), provavelmente não será feita. Ou melhor, quem a faz somos nós (se não nos ficarmos pelos resumos televisivos).
Quanto a ser benignos para todos, justamente o meu post centrava-se nisso mesmo. O problema é todavia aquele que (se) levanta, que fazer com quem activamente quer ser maligno?
Agora, conversas a três geralmente dão em partes gagas. Obrigado pelos vossos comentários e links (às vezes penso que é moda não linkar o esplanar), mas continuem, eu não quis interromper.
CL