Soube do caso Gisberta à distância, não estava em Portugal na altura. E pelas edições na net é sempre mais complicado seguir as notícias. Mas não custava perceber, não é preciso ler os clássicos da sociologia ou da psicanálise para saber como o universo das crianças é violento.
Ontem, o desfecho foi exemplar. Onze a treze meses para homicidas. Se fosse nos EUA, a Esquerda tinha dito que era culpa do sistema capitalista selvagem e que a condenação era prova do conservadorismo dos juízes nomeados por Bush, mas como foi cá parece que não houve «explicações». Como foi cá, nem uma palavra da nossa estremosa Direita sobre a segurança, as maravilhas da reinserção pelo ensino católico e os valores tradicionais da sociedade portuguesa. Os silêncios são muito reveladores.
No jornalismo, assunto para páginas interiores e segunda metade do alinhamento dos noticiários. Uns artigos de opinião exaltados, perdidos no meio de outros iguais sobre o Líbano, as listas do Fisco e o Benfica. No Verão vamos fazer coisas de Verão, assim questionários sobre bares e praias de sonho no Brasil...
Os jovens erraram, vão de férias uns tempos como todo o país. Uma sentença de mau gosto, sem brincadeira.
CL