Ainda sobre o post de ontem, de certo modo, é nítido que o debate sobre o próximo referendo, à despenalização do aborto, já começou. Pelo menos entre blogs. Misturado com o que nada tem a ver com ele, desde o fundamentalismo religioso e respectivo terrorismo até às visitas papais, mas já começou. Em termos não muito auspiciosos, mas tem a virtude de não esperar pelas decisões políticas. Tal como a lei de procriação medicamente assistida mostrou de novo, pouco depois do que se viu com o magno problema do protocolo de Estado, e se voltará a ver a respeito de coisas tão diversas como o casamento ou a adopção por casais homossexuais, em tudo se joga a influência social da Igreja. Ou melhor, influência política. E a despenalização do aborto, ou falta dela, é «apenas» o seu principal símbolo. Mas convém não ter muitas ilusões: quando o perder, a ICAR inventa logo outro.
CL