Todas as noites, e antes de vos entregardes
à masturbação, orai de joelhos.
Admirai a bondade de Deus, que deu a
todas as meninas uma cona para nelas se
enterrarem todas as pissas do mundo, e
que, para vossos prazeres variar, vos
permite substituir a pissa pela língua, a
língua pelo dedo, a cona pelo cu, e o cu,
ainda, pela boca.
Agradecei-Lhe o ter Ele criado para as
meninas as cenouras, para as raparigas as
bananas, as beringelas para as jovens
mamãs, e as beterrabas para as senhoras
maduras.
Se um amante desejardes, pedi-Lho, Ele
vo-lo há-de oferecer. Se for uma fressureira
de quem tiverdes precisão, dizei-Lho
sem falsa vergonha. Porque Deus lê em
vosso coração, e não podeis enganá-Lo.
Não deveis rezar completamente nua.
Vesti uma camisa de noite, não a ergais
pela frente nem por trás diante das
pessoas presentes. Se na vossa rata trazeis
uma pissa postiça em erecção, retirai-a.
Retirai-a também se no cu a trouxerdes.
Dai graças a Deus por vos ter incutido o
desejo de vos virdes, e por ter criado meios mil para o fazerdes.
Quando rezais de joelhos, se alguém dessa
posição se aproveitar para lograr enrabar-vos,
a tal inconveniência não deveis vós
prestar-vos.
Antes de irdes comungar, se chupardes
alguém, não engulais o esperma, pois
assim deixaríeis de ficar em jejum.
Há raparigas que, por demais serem
vigiadas, compram uma virgenzinha em
marfim polido e dela se servem como
pissa postiça. Trata-se, porém, de uma
prática condenada pela Igreja. Podeis, isso
sim, servir-vos para tal fim de um círio,
com a condição de se não encontrar benzido.
Pierre Louÿs,
Manual de Civilidade para Meninas, Lisboa, Fenda Edições, 1988 (tradução de Júlio Henriques)