Assim vale a pena conversar. Só por isso valeu a pena escrever o texto das toupeiras. A questão do gosto que atirei ao Pedro Mexia remetia para isto: quando o José Mário Silva escreve sobre o Nuno Costa Santos o gosto nunca pode ser visto como desinteressado. E remetia também para um juízo talvez errado: encarei o post do Pedro Mexia sobre Pacheco Pereira como uma defesa corporativa. Claro que escrever um prefácio não tem nada que ver com escrever crítica num jornal. O crítico que escreve num jornal deve reger-se pelas regras do jornalismo em geral, ou estou a pensar mal? A crítica perdeu hoje muita da importância que tinha? Não concordo. Pelo contrário. Há mais gente com ensino superior que lê jornais, revistas, internet, logo mais exposta e receptiva aos textos de crítica jornalística. Responderás: se é mais instruída a sua capacidade de discernimento é maior logo menos dependente do trabalho do crítico. É uma meia verdade. Porque a maioria não é especializada em letras nem trabalha no meio. Depois, há cada vez mais livros a serem publicados, logo as actividades de selecção e de divulgação mais decisivas se tornam. Que os prémios literários (os portugueses) tenham perdido muito do seu poder, julgo que sim. Tudo indica que sim. Agora, caro Pedro, quando um livro é sugerido por ti no
DN claro que as probabilidades de ele vender mais exemplares não são desprezíveis. Que o José Rodrigues dos Santos não precise de crítica para vender mais livros, pois está claro que não precisa para nada, mas por outras razões. Mas isso é uma excepção, não a norma.
Quanto ao resto, remeto para o meu post imediatamente abaixo: Os AMIGOS. Acho que responde e dá razão ao exemplo sobre o Gonçalo M. Tavares, referido pelo Pedro Mexia.