Há pessoas que, embora sabendo escrever,
não sabem ler . É que não sabem mesmo. O textinho sobre a Maria Filomena Mónica referia-se a uma entrevista e a uma atitude de fundo, a uma maneira de pensar que é típica de um certo tipo de provincianos, que basicamente dizem sempre a mesma coisa e, ainda por cima, em segundíssima mão. Prefiro ler o Eça, francamente. Um indivíduo que está sempre a dizer que lá fora é que é bom é um provinciano. Ponto. Outra coisa, que julgava estar subentendida (pelo vistos não, a avaliar pelo
Luís do Natureza do Mal, que não percebeu ou não quis perceber, é lá com ele), é a atitude de quem fala sobre si próprio naqueles termos. Que o
Eduardo Pitta tenha achado o livro notável pela indiscrição com que Maria Filomena Mónica fala dos seus amigos, pessoas ainda vivas e actuantes, é uma coisa. Agora a própria autora chamar a si os atributos, os méritos, ó faz favor. Duas vezes provinciana. E depois aquela coisa, que já nem é provinciana, apenas saloiice, de dizer, quase em tom de ameaça, que emigrava se o livro incomodasse muita gente. É que não há mesmo paciência para esta gente. Nem para esta nem para quem não sabe ler.