Aos 13 anos, com os aprendizes do Arsenal de Marinha. Na fila de cima, o segundo a contar da direita.JPG – Conheceu então o PCP no início da sua implantação na sociedade portuguesa…
EP – Eu fui educado dentro da JC, fui criado dentro do PCP, convivi com os principais dirigentes, eram todos meus amigos. O Bento Gonçalves, o primeiro Secretário-Geral, foi meu companheiro de trabalho no Arsenal da Marinha, quando ainda era em Lisboa, naquele espaço que vai do Terreiro do Paço ao Cais-do-Sodré. Eu era aprendiz no Arsenal e estava a estudar na Escola Industrial Machado de Castro. Estava no 5º ano, o último, quando fui preso. Não terminei o curso. A oficina de máquinas, a que eu pertenci, ocupava todo aquele espaço que é hoje um parque de estacionamento, ao longo da Rua do Arsenal. Sou capaz de localizar o sítio onde estava o torno do Bento Gonçalves… era perto da actual empena que está no topo do parque, que é do Ministério da Marinha. Até sugeri ao António Abreu do PCP a ideia de porem lá um memorial, um pequeno memorial a dizer “aqui trabalhou Bento Gonçalves”. Era um tipo extraordinário, não tem nada que ver com os comunistas actuais. Continua a ser uma grande referência da minha vida.