Há dias, trazia a Sábado esta deliciosa notícia, intitulada: “Auster vem a Portugal”:
“O êxito de Paul Auster em Portugal está a provocar um fenómeno curioso: a editora que publica o autor (ASA) decidiu recuperar romances mais antigos e publicá-los. Aconteceu assim em Fevereiro com Pensei Que O Meu Pai Era Deus, lançado nos Estados Unidos em 2001, segue-se agora Música Ao Acaso, um romance publicado em 1991, mas que só chegará em Maio a Portugal. A apresentação será feita pelo próprio Paul Auster que vem a Portugal nessa altura.”
Ponto 1: Extraordinária esta capacidade de arrumar quatro vezes a palavra “Portugal” num texto tão pequeno.
Ponto 2: Quando fala do “êxito” que “está a provocar” Auster entre nós, não estará o autor da peça a confundi-lo com Dan Brown ou J.K. Rowling? É que não foi, seguramente, agora que Auster começou a vender por cá, aliás, já vendeu, por certo, muito mais que hoje.
Ponto 3: Será reeditar “um fenómeno curioso” e não uma prática absolutamente comum?
Ponto 4: A ASA, uma das maiores, senão a maior casa editorial nacional, merecerá ser tratada assim: “a editora que publica o autor (ASA)?
Ponto 5: Saberá quem escreveu isto que Pensei Que O Meu Pai Era Deus é uma antologia de contos de uma série de autores, que Auster não escreve uma linha e apenas compendiou os textos?
Ponto 6: Quando diz “Música Ao Acaso”, estará a falar de A Música Do Acaso (The Music Of Chance)?
Ponto 7: “Só chegará em Maio a Portugal”?! Não está, há muitos anos, esse livro publicado entre nós, mas por outra editora?
Enfim, uma pequena pérola. Ou de como dizer o maior número de disparates possível em apenas 300 caracteres. Valha-nos que o homem, ao menos, vem mesmo cá.
Alexandre