Quanto a Santana Lopes, estamos conversados; já tem sido autopsiado que chegue. Passemos a José Sócrates, o mais que evidente novo primeiro-ministro de Portugal.
As eleições costumam, apesar do desencanto crescente, encerrar um certo capital de esperança. Mas, este ano, o único ímpeto ao voto que se vislumbra tem outro nome: decepção. Com Santana, Durão, o PSD, talvez o PP. A energia que tirará de casa os portugueses no domingo é negativa, corrosiva, de morte. Dirige-se ao que acaba; não ao que começa.
E, ou vem por aí uma grande surpresa, ou José Sócrates não é o homem que mudará esse sentimento. A sua persona nada tem a ver com positividade, esperança, sonho.
Por isso e enquanto não é eleito e se oferece, assim, ao sacrifício público pelos colunistas do país, permitam-me que atire, já, as primeiras pedras:
1. Sócrates não sorri. Ao pé dele, Paulo Catarro é uma espécie de “smiley”.
2. É evidentemente vaidoso. E como convence o povo um vaidoso, alguém que se preocupa demasiado consigo e a sua aparência, de que a sua grande preocupação são os problemas dos outros?
3. Tem um tom de voz que não lembra ao Diabo e que, sobretudo, não tinha no tempo em que era ministro do Ambiente. Se qualquer um de nós aterrasse, agora, em Portugal, acreditaria em Santana. Jamais em Sócrates.
4. É, como dizia, há dias, Nuno Costa Santos, metálico. A expressão, o cabelo e os fatos platinados mais parecem do serial killer interpretado por Tom Cruise em “Colateral”.
5. É frio, calculista, estudado. Isto é, até poderá vir a ser admirado, mas nunca apaixonará ninguém.
6. Parece incapaz de perceber que tem de se distanciar de Guterres. E trocar a música de “1452” pela de “Gladiador” não chega.
A ver vamos, mas, ou muito me engano, ou não será nos próximos quatro anos que Portugal deixará de ser sorumbático.
Alexandre