A edição do DNA desta semana traz um perfil do realizador José Pinheiro. Do Zé Pinheiro, melhor dizendo. Trabalhei com o Zé Pinheiro – e toda a malta do Nervo – num programa de televisão chamado “O Trabalho”. Em 2001, penso. A ideia-base consistia em filmar profissionais de diversas áreas – desde mineiros a técnicos da TAP, passando por agricultores biológicos e funcionários em barragens - e depois fazer das filmagens e das suas declarações uma espécie de videoclips. A banda sonora desses videoclips partia sempre dos sons de cada uma dessas profissões. Eu era apenas o jornalista de serviço, mas na ficha técnica aparecia generosamente como o editor da coisa. Fui muito bem acolhido por aquela equipa admirável – o grupo já havia feito, por exemplo, o memorável Pop Off – e, por uma daquelas químicas inexplicáveis, não demorei muito tempo a integrar-me. O
Miguel Nogueira fazia parte desse
time maravilha. O Miguel, o Zé, o Paulo Prazeres, o Tó Forte, o João Pedro Gomes e o Tiago Lopes. Bons tempos esses (onde, no meio da corrida contra os prazos, houve até um momento de gritaria). O
Daniel Oliveira, como autor do conceito do programa, também aparecia de vez em quando. Durante dois, três meses, estivemos instalados em casa do Zé Pinheiro (ali na rua do Salitre), em sessões contínuas de dar-no-duro. Com alguns jogos de Fifa pelo meio, como convém a estas coisas. Tenho-me cruzado com o Miguel, o João Pedro e o Prazeres. Mas nunca mais vi o Zé Pinheiro. Reencontrei-o hoje, no quiosque da esquina.
Nuno