Maria Filomena Mónica publicou hoje
um artigo lamentável e contraproducente. Lamentável porque não passa de um ataque foleiro e ad hominem; contraproducente porque faz Boaventura Sousa Santos parecer bom, cordato, justo e, se mantiver o silêncio, sábio. Antipatizo bastante com o senhor, pelas mesmas razões e com a mesma intensidade que antipatizo pessoalmente com Saramago ou Fernando Rosas. Contudo, não faço confusões: é útil e pertinente a crítica tanto ao trabalho científico, como à conduta académica de Boaventura – mas não assim. O ataque de Mónica é, ironicamente, o melhor exemplo daquilo que ela própria visa criticar. Já é mau e incompreensível que o artigo saia no suplemento Mil Folhas, agora que o faça, ainda por cima, já de forma hilariante e absurda, na secção «Poesia» torna a senhora editora cúmplice nesta lamentável montaria. Tal como é inaceitável - por desonesto - que Mónica use a má poesia de Boaventura para ajuizar da sua qualidade académica ou pedagógica (tarefa, aliás, que não chega a cumprir), é igualmente inaceitável que o dito ataque pessoal seja publicado na secção de poesia de um suplemento literário. Poesia? Nada ali é sobre poesia, ou sobre livros ou sobre literatura. Ali, está alguém a escarrar para cima de alguém, e ainda por cima à má-fila, o que, mais do que pouco ético, é pouco estético. É feio e deprimente.
Rui