Não tenhamos dúvidas: o fim da coligação PSD/PP vai ser um divórcio à séria. Ou seja: teremos pancada na certa. Digamos que as coisas no seio do casal já não são o que eram. Não, não há amantes pelo meio. É tão somente a situação típica do "estive a pensar e acho que somos demasiado diferentes para continuar com isto". Nem sequer há a conversa do género "vamos dar um tempo". Ou aquele desfecho hipócrita: "mas ficamos amigos depois disto, ok?". Se virmos bem, há muito que a coabitação entre os militantes dos dois partidos se assemelha àquela convivência forçada entre os filhos de dois divorciados que começaram por sair juntos ao fim-de-semana e que acabaram casadinhos. Os miúdos não se gramam, mas têm de fingir que se gramam (e, depois da ida a uma sessão da noite, quando os pais voltam ao convívio da criançada, encontram alguém com um olho negro). Toda esta história é bastante previsível: uma relação política entre personalidades fogosas só poderia terminar com um divórcio litigioso. Resta saber quais serão os advogados disponíveis para defender os partidos. E a data precisa do julgamento.
Nuno