Caro Nuno: acabei de comprar, na livraria Barata, o teu livro de contos
Dez Regressos (serão contos?), editado pela Salamandra. Sem ainda o ter lido, um aspecto positivo: não foi muito caro, custou-me 8 euros. O que, só por si, já é uma vantagem. Se não gostar, não vou ficar muito irritado. O pior é com aqueles livros a 20 euros ou mais. Além do tempo que nos roubaram, ainda nos foram também, sem pingo de vergonha na cara, à carteira. Estou pensando escrever qualquer coisa sobre. Que é que achas? Gostava de saber quais as consequências. Se não gostar e vier para aqui dizer mal, como é que é? Já não me arranjas trabalho no jornal
A Capital? Deixamos de beber copos juntos, até às tantas? A combinação de vermos em tua casa a cassete de vídeo com o programa do Artes & Letras sobre o Luiz Pacheco fica sem efeito? E se gostar e disser bem? Uma coisa te prometo, como aliás sempre fiz desde que comecei a escrever em jornais: leitura atenta e cuidadosa. Já não sei quem é que dizia, mas nestas coisas devemos saber distinguir a cantiga do cantor. Um gajo pode ser cabrão até à décima potência e escrever livros que se lêem de um fôlego. E vice-versa. Como é que é? Diz qualquer coisa, aqui, na esplanada.
Um abraço,
João Pedro