ESPLANAR

JOÃO PEDRO GEORGE
esplanar@hotmail.com

segunda-feira, novembro 08, 2004

 

Jornal A Capital alvo de pressões governamentais

O esplanar foi informado, por fonte segura, que o jornal A Capital está a ser alvo de pressões do executivo de Pedro Santana Lopes. A secção Citações, uma das mais requisitadas pelos leitores do matutino, viu-se impedida de mencionar determinados excertos de uma entrevista concedida ontem, dia 7 de Novembro, pelo escritor J. G. Ballard à revista dominical do jornal Público. Os excertos da entrevista do autor de Noites de Cocaína ou Crash publicados “são muito mais danosos para a imagem do governo que outras que decidimos excluir”, afirmou o director do jornal, o jornalista Luís Osório, contestando assim a notícia de alegadas pressões políticas. Como exemplo, Luís Osório lembra o conteúdo de uma das citações de Ballard que foram escolhidas para integrar a referida secção: “somos violentos, fomos criados para a sobrevivência. Essa ideia iluminista de que os seres humanos se conduzem por altos motivos, tomam decisões racionais, é simplesmente mentira. Somos irracionais”. Todavia, fonte do mesmo jornal, que preferiu manter o anonimato, revelou ao blog Esplanar que não é bem assim, já que outras Citações do escritor inglês foram pura e simplesmente cortadas dessa secção. A título de exemplo, referiu uma das afirmações mais polémicas de Ballard e que, segundo a mesma fonte, terá entrado no cérebro de Santana Lopes como uma bala: “Olhe, eu nem sou capaz de lhe dizer o nome do primeiro-ministro português!” Nascido em 1930, em Xangai, James Graham Ballard é um dos autores mais controversos da literatura inglesa, versando os seus livros temas como a importância das psicopatias, da violência gratuita e da pornografia suicida para o bem-estar das sociedades ocidentais. Desta vez, no entanto, o escritor “foi longe de mais”, afirmou ao Esplanar uma fonte governamental não identificada. Quanto às pressões de que o jornal A Capital alegadamente teria sido alvo, a mesma fonte preferiu não fazer mais comentários, limitando-se a perguntar: “qual é a cor do cavalo branco de Napoleão?”
João Pedro



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