Há zanga na esplanada. Voam mesas e cadeiras, chávenas e copos de água (e o “Correio da Manhã” também). Eu por mim estou a um canto, encolhidinho como a mulher do coronel que chega todos os dias às 18h15 para tomar o chá com as amigas e apanha com a algazarra dos miúdos. Traz quem tu quiseres para o porradão. Falas-me em pistolas e floretes. Que ingenuidade (para um céliniano como tu)! Nada disso: vais levar com a livralhada na cachimónia. Afinal de contas, é disso que se trata: de uma polémica literária entre tipos que vão ao ginásio (a propósito, já alguém te contou das minhas proezas no Judo?). Isto é que vai ser uma Intifada de livros! Levo todos as obras que já analisaste com a tua pena mortífera e ainda uma arma secreta. Não, não vou pegar em novelas amorosas nem em livros de croniquetas. Quando deres por ela, estás a levar com o Ramos Rosa todo no lombo. E depois não te venhas queixar nas recensões, ó Mike Thyson dos Sapadores.
Nuno