A ideia de medo entrou nas análises dos politólogos de serviço. O mundo está com medo. A guerra é uma decorrência do medo. É o medo que distingue os progressistas dos conservadores. Ora, se é o medo (dessa coisa chamada terrorismo) que distingue hoje a esquerda da direita, podemos, segundo esse magno critério, afirmar que os tipos de direita são uns medricas do pior – fingem-se fortes, mas, no fundo, no fundo, são os primeiros a subir os muros quando, à noitinha, vislumbram o vestígio de uma sombra – e os de esquerda uns valentões, homens a sério, um bando de rapazes destemidos, capazes de fabricar brigas em cada esquina (sim, como o rapaz Frota; Sócrates devia pensar nele para ser a cara do "Novas Fronteiras"). Imaginam-se slogans do género: "Eu não tenho medo, eu sou de esquerda!". E, no lado oposto, frases começadas por um "Ai Jesus!" qualquer. Vai ser giro. Aguardemos a propaganda. Nuno