Julgo que era Bukowsky quem o dizia em Mulheres: há mais intimidade nos beijos do que no sexo. E é verdade, talvez nem sempre, mas em muitos casos. Por isso, acho interessante que o cinema clássico se ficasse pelas grandes «kissing scenes», trabalhadas na luz, no enquadramento e no «close up» até à exaustão, em nome de um lugar na História que a maioria das grandes sequências de efeitos digitais contemporâneas não conseguirá igualar. Em geral, encerravam as películas, precediam os créditos finais e eram, tacitamente, o apogeu de todos os desejos que haviam feito correr, durante hora e meia, duas horas, o casal protagonista. O que também não deixa de ser interessante – afinal, citando, agora, Lou Reed, «it’s all down hill after the first kiss…»
Alexandre