Vendo a nova selecção em campo, não consigo evitar um sentimento estranho, uma falta de identificação que parece sugerir que não foram Rui Costa, Figo ou todos os outros quem, lentamente, se decidiu afastar, mas a própria Selecção Nacional que, depois de muitos anos ao serviço do País e dos nossos profissionais de futebol, entendeu que estava na altura de se retirar.
Certamente, escapou-me a leitura do comunicado que anunciava estas intenções. Nela, a Selecção recordou com saudade os momentos em que esteve com Eusébio no mundial de 66, com Chalana no europeu de 84, com Secretário, Paula e as suas amigas naquele hotel de Lisboa, enfim, todos os pontos altos de uma longa carreira, que compensaram ter de vestir sempre aqueles calçonitos verdes. E concluía, afirmando que pretendia, agora, dedicar-se mais à família e talvez abrir um restaurante. Os jogadores terão revelado a sua surpresa, mas considerado que a decisão cabia, exclusivamente, à própria e tinha, portanto, de ser respeitada. À boca pequena, ouviu-se dizer que, aqui e ali, a Selecção já vinha deixando indícios de querer deixar de jogar futebol.
Alexandre