É precisa muita, muita (auto)ironia para sequer pensar em ser feliz para sempre com alguém. A questão é até onde levar a ironia para que esta não mate tudo. Evitar cair no cinismo ou niilismo afectivo. Evitar o frio das coisas demasiado cerebrais. A resposta, parece-me, é a ternura e o riso. Exemplo? Os Magnetic Fields – ou o «Lost in Translation». Eu acho que os casais deveriam ser obrigados compulsivamente a ouvir estes discos todos os dias, como dose diária recomendada. Seria a melhor terapia possível e sempre poupavam nas consultas de aconselhamento psicológico (infelizmente, a Fnac anda a sonegar o «69 Love Songs» às massas carentes). Não acreditam na mézinha? Talvez acreditem quando o Stephin Merritt fizer a capa da «Xis», um dia destes, não muito distante. Enquanto isso não sucede, é vê-los hoje à noite na Aula Magna.
Rui