Ao contrário da Caras, a revista VIP vai directamente ao que interessa: José Castelo Branco, Elsa Raposo, Merche Romero e Marcelo Rebelo de Sousa – são apenas uma pequena amostra da grande qualidade de conteúdos que último número oferecia aos leitores. Comecemos pelo casal Betty Grafstein e José Castelo Branco. Dizem os entendidos que, à medida que os anos passam, marido e mulher ficam parecidos, não só psicológica mas também fisicamente. É precisamente isso que está a acontecer a este simpático casal. Com a ajuda da cirurgia plástica e dos cabeleireiros, José está cada vez mais parecido com Betty. Tudo indica que José Castelo Branco vai ser um dos animadores da Quinta das Celebridades (um programa da TVI), o que, para Betty, constitui um enorme alívio: «essa será a única maneira de o manter longe das lojas». A maioria dos maridos irrita-se com o tempo que as mulheres perdem nas lojas. Aqui passa-se exactamente o contrário.
Já a entrevista a Elsa Raposo começa com uma pergunta desconcertante, mesmo para quem acompanha de perto este fenómeno (como pensava ser o meu caso): «Como classifica a Volta a Portugal em Bicicleta?». Lendo e relendo a entrevista, tentei perceber o tipo de relação de Elsa Raposo com o ciclismo - e nada. A única coisa que fiquei a saber é que Elsa Raposo também vai participar na Quinta das Celebridades. «Estar tanto tempo afastada dos meus filhos vai ser a parte mais complicada, mas eles ver-me-ão, com certeza, na televisão», confessa Elsa. Ou muito me engano ou a «parte mais complicada» vai ser justamente quando os filhos a virem na televisão. Segue-se outra mulher não menos interessante: Merche Romero. É a primeira vez que contacto com a filosofia de vida desta apresentadora e parece-me que, finalmente, encontrei uma mulher que me compreende: «Isso de dizer sou uma "supermulher" e não preciso de homem para nada é mentira. Uma mulher muito feminina, como eu, não pode ser feminista, porque precisa de um homem a seu lado.» Merche limitou-se a confirmar empiricamente o que há muito se suspeitava no campo das ciências da vida: há uma incompatibilidade ontológica entre a feminilidade e o feminismo.
Igualmente surpreendentes são as declarações do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Durante a semana em que esteve no Algarve, deu 16 mil braçadas na praia e ainda arranjou tempo para conceder três entrevistas: uma à Caras, outra à Lux e esta à VIP. Por muitas voltas que se dê, nada se compara ao Algarve. «Nesta altura do ano encontramos aqui o que não encontramos em mais lado nenhum». É bem verdade: encontramos o mesmo que em Lisboa no resto do ano. Mas, para além desta descoberta extraordinária, o professor parece ter encontrado a solução para o problema das separações, um flagelo que, segundo a própria Clara Ferreira Alves (na Caras), «afectou toda uma geração». Marcelo namora há vinte anos com Rita Amaral Cabral e nem quer ouvir falar em casamento. Segundo a revista VIP, «O professor considera que o noivado perene tem o lado bom de uma relação afectiva forte, sem o desgaste da rotina».
Filipe