ESPLANAR

JOÃO PEDRO GEORGE
esplanar@hotmail.com

segunda-feira, agosto 02, 2004

 

O livro de Santana

I

Nós não pusemos O Acidental na nossa lista de links, mas a verdade é que tenho visitado o blog com frequência. Fazem parte da equipa de O Acidental
pessoas que conheço e prezo e que, para além disso, têm uma óptima escrita - o Diogo Belford Henriques e o Francisco Mendes da Silva (com este último mantenho esse blog sobre desvarios musicais chamado Quase Famosos). O melhor de O Acidental
é a escrita inteligente e bem-humorada, ao bom estilo do jornalismo inglês e do velho Independente (um exemplo disso foi um post do Rodrigo Moita de Deus sobre os clichés à volta das diferenças entre a esquerda e a direita). O pior de O Acidental é quando se radicaliza numa tentativa de se transformar num blog anti-Barnabé e parece achar-se no dever de fazer a defesa do actual Governo.

II

Hoje, ao passar por lá, li um post de Vítor Cunha sobre um elogio aberto que Pacheco Pereira terá feito no seu blog ao jornal A Capital - onde trabalhei há uns anos e aonde regresso por estes dias. Vítor Cunha acha que Pacheco Pereira, no fundo, gosta do jornal porque este se constituiu num “panfleto de propaganda anti-Lopes”. Sobre aquilo que o director-adjunto de O Independente (agora reaparecido com uma carta-aberta de Moita Flores) diz sobre a qualidade específica e do alinhamento político do jornalismo praticado pela Capital não me pronuncio - ou apenas digo que numa reportagem de fundo recente prestaram depoimentos os “esquerdistas” Jaime Nogueira Pinto, Rosado Fernandes e Helena Matos e que, ontem, publicou um trabalho sobre artistas que não dependem do Estado para sobreviverem.


III

Sobre a questão do “panfleto de propaganda anti-Lopes”: quem ler o que se tem dito e investigado n' A Capital sobre Santana Lopes perceberá que o objectivo fundamental é demonstrar - com dados concretos - como é que foi a sua gestão na câmara. Na verdade, há um facto que qualquer pessoa decente tem de admitir: por mais virtudes que esconda (e eu acredito na complexidade dos seres humanos e alinho pouco em adjectivações fáceis), Santana Lopes tem primado publicamente pelo despudor. Já não falamos de política, de partidos e de direita-esquerda - é uma questão de decoro. Um exemplo simples que tem sido menos falado: quem respeita a decência e um mínimo de valores não poderá ter em grande consideração alguém que publica com pompa um livro com ele próprio e Frank Gehry na capa e depois abandona o cargo sem ter cumprido a promessa que essa capa ilustrava. Pior: sem ter pedido desculpa por isso.
Santana parte em desvantagem. Terá, pois, de fazer muito nos próximos meses para apagar episódios como este. Até porque o livro continua em exposição nas livrarias de todo o país. Nuno



<< Home


--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Arquivo

julho 2004   agosto 2004   setembro 2004   outubro 2004   novembro 2004   dezembro 2004   janeiro 2005   fevereiro 2005   março 2005   abril 2005   maio 2005   setembro 2005   outubro 2005   novembro 2005   dezembro 2005   janeiro 2006   fevereiro 2006   março 2006   abril 2006   maio 2006   junho 2006   julho 2006   agosto 2006   setembro 2006   outubro 2006   novembro 2006   dezembro 2006   janeiro 2007   fevereiro 2007   março 2007  

Outros Blogues

Abrupto
Alice Geirinhas
Álvaro Cunhal (Biografia)
AspirinaB
Babugem
Blasfémia (A)
Bombyx-Mori
Casmurro
Os Canhões de Navarone
Diogo Freitas da Costa
Da Literatura
Espectro (O)
Espuma dos Dias (A)
Estado Civil
Fuga para a Vitória
Garedelest
Homem-a-Dias
Estudos Sobre o Comunismo
Glória Fácil...
Memória Inventada (A)
Meu Inferno Privado
Morel, A Invenção de
Não Sei Brincar
Origem das Espécies
Portugal dos Pequeninos
Periférica
Prazeres Minúsculos
Quarta República
Rui Tavares
Saudades de Antero
Vidro Duplo











Powered by Blogger

This page is powered by Blogger. Isn't yours?