O judo é provavelmente dos desportos menos televisivos que existem – sobretudo pelo tempo que os atletas levam a fazer a pega. No entanto, ex-praticante que sou (foi, aliás, o único desporto que levei a sério), não consigo deixar de me interessar pelas provas dos Jogos Olímpicos. É sabido: o pior momento neste tipo de provas não é o combate em si. É a espera. As horas, os minutos, os segundos que antecedem a luta. Tudo isso termina quando chamam o nosso nome. Senti-o à minha escala – os campeonatos nacionais - e posso imaginar o que seja numa prova olímpica. O locutor a anunciar o nosso nome pelas colunas. A dizer que, a seguir, somos nós que vamos subir à arena. Nessa altura, o coração dá um esticão e solta-se. E, animal acossado, só volta a aquietar-se quando o árbitro dá por terminado o combate.
Nuno