Uma das piores coisinhas que tem o verão é aquele critério aparentemente comum a todas as distribuidoras cinematográficas. Parece que querem convencer a malta de que o melhor é mesmo comprar um livro e lê-lo na praia, porque ir ao cinema está fora de questão. Uma sucessão de blockbusters infantis que, na melhor das hipóteses, nos deixam deprimidos com a vida que temos, desprovida de efeitos-especiais e louras bombásticas.
Imagino, contudo, que, este ano, pelo menos um homem se tenha revisto e comovido com um desses filmes de verão. Consigo ver Santana Lopes à saída de uma sessão do “Homem-Aranha II”, no cinema Monumental, abatido, e ainda de lágrima no olho.
Afinal, é um filme sobre um trepador solitário, lançador de teias, que tira e põe a máscara, inconstante e dividido entre a sua predestinação de super-herói e os imbróglios da sua vida pessoal. Ainda por cima, também tem problemas com comboios e é mal-amado pela imprensa.
O homem tem de se ter sentido compreendido.
Alexandre