MST é o campeão da ética jornalística. E da coerência. Em Maio de 1991, numa entrevista à revista K, MST afirmava ao jornalista Pedro Rolo Duarte:
MST: “Não existe a RTP. Existe a TV do José Eduardo Moniz. Está ali para se servir e o preço que tem de pagar é servir o poder, seja o PS (que o meteu lá, não esqueçamos....), seja o PSD ou outro qualquer. Este tipo de gente serve todos os regimes. Mas ele não é eterno: não pode ir mais acima porque já está no topo da empresa, é quem manda mais. Portanto, a esta hora já deve andar a namorar as privadas. E ainda vamos assistir ao cúmulo da imoralidade – que é o José Eduardo Moniz, o homem de mão, o homem que moldou a RTP à sua semelhança, depois de minar a TV pública e liquidar a sua credibilidade, sair para outro canal e passar a concorrer com a própria RTP.”
K: “Está a chamar-lhe mafioso, maquiavélico?”
MST: “Não. É apenas um tipo esperto. (...) Com o Moniz, a informação andou 30 anos para trás."
(...)
K: “Como é que vê o seu futuro na Televisão, considerando os canais que aí vêm?”
MST: “Vejo o futuro muito negro. Acho que não voltarei a trabalhar em televisão. Repare: a RTP será sempre um instrumento do poder – e eu ali serei sempre incómodo; quanto aos canais privados, entre os projectos que se perfilam... duvido que algum me queira; e vice-versa. Acho que a minha carreira televisiva acabou.”
João Pedro