O jornalismo tem uma parte muito chata – as entrevistas à última hora por telefone; a angustiante obrigação de andar atrás de personalidades que nos despacham em dois minutos; a tarefa de desgravar entrevistas que parecem não ter fim. Mas o jornalismo - o jornalismo das histórias e das pessoas – enriquece sempre, sob o ponto de vista humano, quem o faz. Uma grande reportagem, uma entrevista de fundo ficam para a vida. Nunca nos esquecemos delas. Servem-nos de ensinamento sobre a condição humana. E, neste regresso aos jornais, sempre que me sento em frente ao computador, sentam-se comigo todos aqueles – a equipa de cuidados paliativos de Odivelas e os homicidas passionais em Vale de Judeus, por exemplo - que fizeram parte do meu passado de free lance.
Nuno