Sobre Margarida Rebelo Pinto não tenho, nem nunca terei, provavelmente, grande opinião. Chateia-me um pouco que seja sempre o primeiro nome a sair quando se quer falar de má literatura ou da dita “light”. E o problema é que me parece que quem o diz nunca a deve ter lido, tal como eu nunca a li, porque não faria sentido. Quem a compra e quem a lê são aqueles vastos milhares que a adoram.
Posso afirmar, dentro das certezas possíveis com que fazemos todas as nossas declarações definitivas, que nunca lerei um livro dela. Não porque não goste dela, não porque goste, simplesmente porque há milhões de livros no mundo e muitos milhares deles são fundamentais e o nosso tempo de vida não nos permite ler, sequer, um centésimo desse essencial, pelo que jurei a mim mesmo não perder esse precioso tempo contado a ler qualquer coisa que corra o sério risco de não ser fundamental ou mesmo de ser mau.
De Rebelo Pinto, li, durante uns dois anos, as crónicas que publicava aqui e ali e, honestamente, não as achei más. Tinham a inteligência e o sentido de humor que reconheci na pessoa que encontrei, circunstancialmente, duas ou três vezes. O que me começou a chatear mesmo nela e que, de resto, fez com que até as crónicas deixasse de ler, foi a mania de fazer SEMPRE a porcaria das listas de 10 coisas.
Agora, já não sei se ela é autora de romances ou de crónicas; ela é autora de listas, ela escreve listas e listas e listas de 10 coisas a fazer e 10 coisas a não fazer. Qualquer dia, a mulher faz listas de 10 coisas de que se podem fazer listas e listas de 10 coisas de que não se podem fazer listas.
Não há coincidências? Não há é cu!
Alexandre