O Fernando Madeira teve a amabilidade de me enviar um e-mail acerca do post que escrevera ontem, "Super-heróis", corrigindo alguns erros - o que muito agradeço -, mas confundindo algumas coisas que, mea culpa, talvez não tenham ficado claras. Aqui, o que começara por me parecer uma epístola atenciosa, culmina numa agressividade que não percebo, mas com a qual também não me vou preocupar muito.
De qualquer maneira, vamos lá às correcções e esclarecimentos.
O Maradona não foi suspenso no Mundial de 96 porque, evidentemente, nesse ano não houve Mundial nenhum, mas sim o Europeu de Inglaterra. Portanto, o homem sofreu o castigo dois anos antes, nos Estados Unidos, pouco tempo depois de ter feito um golaço à Grécia no tempo em que os helénicos ainda levavam de 4 para cima.
Depois, ao que me conta o Fernando, Armstrong já fez para aí meia-dúzia ou mais de gestos semelhantes àquele que tanto me encantou em Miguel Indurain.
Pela primeira (gralha), peço desculpa. Pela segunda (erro), também peço, mas não muito, dado que só mostra aquilo que afirma o post: que deixei de ver ciclismo desde que Indurain o abandonou.
De resto, o Fernando acaba a dizer que o desporto não precisa de adeptos como eu e que, portanto, não se perdeu nada em ter ido cantar para outra freguesia e que confundo o essencial com o acessório - to make a long story short.
Caro Fernando, é exactamente disso que eu estava a falar. De que, no desporto, gosto é dos primeiros amores, não da exploração dos limites do físico humano. Da paixão, não dos recordes. Da afeição irracional que depositamos numa das equipas e não nas regras do jogo. Por exemplo: porque é que o Portugal-Inglaterra foi tão especial? Porque Postiga, Rui Costa e Ricardo exibiram, muito mais que o seu talento desportivo, a sua humanidade - coragem, orgulho, vingança e medo.
Espero que todas as modalidades evoluam sempre e tenham nas bancadas entusiastas como você, os que estão na primeira linha. A mim, interessa-me escrever sobre afectos.
Alexandre