À partida para Bali pensava que iria escrever bastante; pensei que a escrita iria, na expressão errada que então usei, «jorrar». Ia no avião, e a disposição mantinha-se. Tinha ideias, fazia piadas, pedia bebidas. Para ajudar a sobrevoar a China, escrevi quatro pequenos posts nas páginas de comentários de um livro de Rui Ramos que tinha levado para ler na viagem (um dos melhores usos que se poderão dar ao dito livro). Levei um bloco e comprei outro no avião. Estava preparado. Ao chegar, tudo parou. Chamem-lhe indolência, chamem-lhe a difícil digestão de uma cultura gastronómica nova, chamem-lhe o respeito que Deus ganhou pela mulher depois de fazê-la (ou seja, o deslumbramento por algo novo e diferente) - chamem-lhe o que quiserem. Entre bocejos e massagens, eu tinha era sono. Tinha um cansaço bom insuperável. Uma distenção colonial.
Rui