Com toda a honestidade, nunca consegui ter uma opinião formada acerca do conflito israelo-árabe. Não me inclino para um lado nem para o outro. Perdoe-me quem seja, obviamente, pró-Palestina ou, obviamente, pró-Israel, mas não gosto de nenhuma das frentes. Entre pobres e ricos, vítimas e injustiçados da História, terroristas e ditadores, venha o diabo e escolha.
Mas se um dos lados colocar a família no poder é um gesto a que estamos, infelizmente, muitíssimo habituados, já o outro edificar um muro de 600km não. Manda-nos para trás quase um século. Torna anos de acordos, alianças e tratados ridículos. Mostra, enfim, como a História talvez tenha atingido o seu cume a 10 de Setembro de 2001 e, agora, vá andar para trás, até ao tempo em que era normal sacrificar vidas aos deuses.
Hegel dá voltas na campa, mas os argumentistas e realizadores já podem ir pensando em novos enredos sobre famílias separadas, heróicos pintores de muralhas, manifestantes abatidos pelos sentinelas. E Wolfgang Becker numa sequela para o seu belíssimo primeiro filme. "Olá, Lenine!"
Alexandre