De entre os múltiplos episódios da saga em que se tornou para nós, analfabetos da html, a criação deste blog (e que, a seu tempo, virão a público numa obra em volumes, distribuída com a edição de sábado do
Correio da Manhã), queria referir, desde já, o da feitura da epígrafe.
A malta esmerou-se em estilos e piadas, frases inteligentes e apelativas e, no fim, o malfeitor do blogger só aceitava 500 caracteres. Caiu, então, por terra a ideia de incluir uma versão reduzida da
Sibila, da tia Agustina, no cabeçalho, mas fizemos finca-pé nas restantes intenções.
Cá vai, então, a epígrafe no seu director's cut:
ESPLANAR v.t. (lat. esplanare - ainda que não seja pacífico afirmar que as pastelarias do império romano tivessem esplanadas). Acção de contemplar o mundo a partir de uma esplanada; movimento de trazer à linguagagem o que se vê debaixo de um guarda-sol, com a tranquilidade de um dia de calor. O mesmo que esplanar, mas numa esplanada.
Explicar, expor ou desenvolver, sentado numa cadeirinha de plástico da Olá! Ave
, Caesar, esplanaturi te salutant! (Salve, César! Os que vão esplanar te saúdam!) - segundo Suetónio, as palavras pronunciadas pelos gladiadores, depois do combate e antes de uma cervejinha, diante da tribuna imperial. "As armas e os barões assim esplanados / que da ocidental praia lusitana (...)" - começo do poema imortal de Camões
Os Lusíadas.
Quem esplana, seus males espanta - dito popular.
Gaba-te, cesto, e não vás à vindima - outro dito popular de que nos lembrámos agora, sabe Deus porquê, mas que não vem ao caso.
Primeiro mandamento da Lei de Borges: Nunca se desperdiça uma piada...
Alexandre