Como o calor não nos deixa dormir, deixei-me ficar, ontem, a ver a Convenção Democrata norte-americana, em directo, madrugada fora, na CNN, Sky News e BBC World. A Euronews, como sempre, optou por se ficar pela sua transmissão em loop da única hora de emissão que editam por dia e a SIC Notícias, preferiu repetir, ad aeternum, uns "Best Of" destinos de férias e outros magazines semelhantes.
Voltando à vaca fria. Os congressos do PSD ainda têm muito a aprender. E até Santana coraria de vergonha perante a eloquência de Bill Clinton. Um discurso de 25 minutos mais empolgante que qualquer épico produzido pela indústria cinematográfica. Falou, gritou, emocionou-se, fez rir. Devia ter uns cinco ou seis telepontos espalhados pela sala, mas parecia mesmo falar de cor. Teve momentos inspiradíssimos e outros demagógicos, mas os primeiros bateram, claramente, os segundos.
E, no final, uma lição para todos aqueles que vejam e actuem politicamente como em Portugal se actua, onde tudo o que os outros fazem está mal: "Now, you have to choose between two strong man who both love their country. They just do it in different ways. We've had twelve years of their way, eight years of ours, four years of theirs. I think our way works best."
No fim, a sala ia vindo abaixo. Acenou e saiu. E, para acabar, irrompeu Patti Labelle, cantando, com todo o corpo, qualquer coisa como "Change Will Come".
Até podemos preferir o cinema que se faz na Europa, mas, em matéria de como fazer política, ainda temos muito a aprender com os americanos.
Alexandre