O Hollywood passou ontem um filme sobre a vida de Howard Stern. No início dos anos ’80, Stern mudou-se para Nova Iorque e começou a afinar o formato do programa de rádio que hoje todos conhecemos, e que passou com afectado escândalo na SIC Radical. Aquilo deu uma bronca enorme com a NBC e com o seu produtor. Odiavam-se. O produtor andava sempre às turras com Stern e este fazia-lhe a vida negra. Só para o chatear, Stern discutia a suposta disfunção eréctil do produtor com a mulher deste, ao telefone, e «no ar». O programa tornou-se o «street buzz» do momento. Um dia, o produtor vem com os resultados das audiências. Stern tinha subido uns pontos e estava a caminho de ser o maior dj da cidade. O patrão da NBC esperava.
Produtor: Estão aqui as audiências...er...é incrível. O filha da mãe do Stern subiu dois pontos num mês.
- Qual o tempo médio de audição?
Produtor: Os que gostam do Stern (os
Stern lovers), ouvem-no durante uma hora e vinte. Uma hora e vinte. O tempo médio de audição dos outros é de 18 minutos. Nunca tinha visto uma coisa destas.
- E qual a razão?
Produtor: A resposta que dão é «quero saber o que vai dizer a seguir».
- Está bem. Mas e os que o detestam (os
haters)?
Produtor: Duas horas e meia.
- E a razão é...
Produtor: Querem saber o que vai dizer a seguir.
Moral da história. Sedução é estar suspenso de. Pouco importa se por afeição, se por desafeição. Não são duas coisas que de facto se oponham. Juntas, são cara e coroa – e talvez até mais coroa. Como se sabe, os rabugentos são os grandes sedutores deste mundo.
Rui