Compreendo agora, ao fim de tantos anos, que sempre preferi as notícias finais dos telejornais ao seu corpo principal. Depois de uma hora de nacional e internacional, sociedade e política, que passo, quase invariavelmente, sem grande atenção, enquanto escrevo ou leio, apenas deitando, ali e ali, uma espreitadela ao televisor, fixo sempre a minha atenção quando chegam os dez minutos finais de cultura e desporto, crónicas curiosas ou histórias humanistas que os editores de informação saídos todos, aparentemente, da mesma escola, parecem achar bons fechos de noticiário.
Do mesmo modo, e seguindo uma lógica pueril de guardar o melhor para o fim, começo sempre a leitura dos jornais pelo caderno principal e guardo, qual sobremesa, os suplementos de fait-divers para corolário.
Terei um problema? Haverá uma espécie de consultório sentimental da
Maria, noutra publicação qualquer, para responder a perguntas absurdas como esta? Será que não sei proporcionar o que é essencial e o que é mero acidente ou acessório? Fará sentido iniciar uma petição por jornais e telejornais dedicados, 100%, ao que é, à partida, inútil e passageiro?
Aguardo respostas a fim de iniciar as reuniões dos Fúteis Anónimos.
Alexandre