Há dias, em entrevista a Fernando Lopes, ele decidia terminar assim a conversa: “Agora, são mais nove rounds até chegar ao título.” A pergunta era sobre o seu futuro; a conversa, acerca da vida e do cinema, com o boxe pelo meio, onde se roubava a metáfora. Mas, no contexto de hoje, faz tanto ou mais sentido e estou, aliás, certo de que o “benfiquista dos antigos”, sofredor e apaixonado, que o Fernando é, andará, como eu, todo feliz da vida e não se importará que lhe peça a frase de empréstimo. Após o 25º dia, faltam nove rounds para o Benfica conquistar o título.
Ele há coisas… Quem apostaria neste cenário, no início da época? Quem o arriscaria, sequer, uma semana atrás? Nem eu. Nem, provavelmente, o Fernando. Só mesmo o Seara. Ou o Barbas.
Sem que se desse por ela, o Benfica está num lugar que não ocupava, em fase equivalente do campeonato, há 11 anos, isto é, precisamente desde a última época em que levou o caneco para a Luz, era eu um adolescente capaz de ir às lágrimas em dia de derrota com o Famalicão. Esse facto, aconteça o que acontecer daqui para a frente, já ninguém poderá desmentir. Será à custa do nivelamento por baixo do campeonato? Com certeza. Tal e qual como quando ganhou o Boavista e mesmo o Sporting (campeão com os mesmos pontos que Camacho conseguiria o ano passado, não indo além do segundo lugar, distante, muito distante de super-FCP de Mourinho…).
Se formos campeões, em todo o caso, os detractores acenarão sempre com essa bandeira. Mas estou-me nas tintas – o banho no Rossio está prometido, com pelo menos mais dois colegas de redacção. (Desculpa, Maria. Desta vez, a crónica teve mesmo de ser sobre bola. Sei que compreendes…)
Alexandre